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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Ansiedade


Estou prestes a me desvalir
Cansei das flores
Caladas pela palidez do tempo

Olhai
Nem os lírios sorriem
Nem os crisântemos choram

Que vida é essa descorada?
Será por ventura a solidão
Fugindo para o precipício?

Sou um inválido abandonado no jardim
Sem cores
Sem açoite
Sem viço.



 BRINCADEIRA

Não sei por que me presto
Brincar com as palavras
Sonhar com o silêncio
Imaginar o impossível

Não sei
Não concebo
Não pressuponho

Quem sabe anseios
ignorados


Rampa

 o que me leva à rampa

o íngreme
o desprovido
anseio de alcançar

o ar



 O mar

Estou entre o mar e o mar

O mar de sal e o mar de fogo
O mar de sonho e o mar de vazio
O mar que canta
o mar calado
como a brisa e a espuma fria


 Poema


Ontem um poema distraído me sequestrou

Não leio o poema

Ele me lê
E me expõe como a terra o rio

A poesia é sêmen de vida
o poema gozo
vadio



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