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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

BOSQUE DAS INOVAÇÕES












Giulia Mariana, minha mais nova estrela.

Uma criança é sempre um bosque de inovações que nos ensinam a ver o mundo de uma forma diferente.
Faz tão bem caminhar pelo bosque das inovações. Se todas as pessoas se preocupassem em resolver os problemas da humanidade, quem sabe alguém teria coragem de retirar as correntes que nos impedem de ver o que é essencial à alma.
Definir
Ronaldo Araújo

Riscos que se corre
Em sensações estreitas

Nunca se conhece o suficiente
Para ser perfeito
Cada momento é centelha de desafios

Apontar o erro
É erro
Ponte para a ignorância
Que se flameja
Na obscuridade falível.

Refletir é mais
que afundar no abismo da autosuficiência.

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TRANSGRESSÃO
Ronaldo Araújo

Prefiro a transgressão ao comodismo.
Estou cansado de assistir a inércia dos covardes
E o banditismo dos tiranos
Camuflados na pele de homens públicos.

Quero gritos
inquietude
Derrocadas das armadilhas
Desmacaramentos dos hipócritas
Sádicos que gargalham com a miséria assolando favelas.

Vale viver em delírio
Contorcendo como uma cobra na areia quente
A fazer de conta que tudo está um paraíso

Não.
Não há nenhum paraíso.

Prefiro ficar acordado
Criando uma nova paranóia para que se creia
E não se espere pela esperança da cultura da espera.

Não se limite ao que está instalado
Tudo é mentira
Alguém levando vantagem
Alguém marginalizado.

O melhor para mudar o mundo
é transgredir essa vergonhosa ordem
instalada e defendida
pelos poderosos.
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A maioria das leis é criada para que nada de novo aconteça sob o sol.
E assim, as leis são assinadas até que outra lei seja criada
até que outra lei seja pensada
no intuito fortuito de não mudar nada.

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PARANÓIA URBANA
Ronaldo Araújo

Fere meus olhos ver a violência da cidade grande
Qualquer dia vou embora pra grota funda
Onde posso conviver com os sussurros da mãe Terra.

A rua é violenta
As pessoas são
E as árvores baixam a cabeça.

Os luminosos de neon
Decoram o que já é indecoroso

Ali na esquina
a menina maquiada
chora por descobrir que não vale nada.

Vive-se uma paranóia urbana
um calvário

Vida sub-humana.

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Incrível:

estamos escravos de nossas algemas.

Os grilhões que nos acorrentam

são frutos de nossa ignorância,

quando não, de nossa cegueira.

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LENÇOL NO VARAL
Ronaldo Araújo

Leve o vento vela o lençol
lá no varal.

Herdo o medo
nessa noite clara, solitária,
iluminada pelas estrelas.

Somos um lençol leve
levado pela brisa silenciosa
amparada pela solidão.

Sensível momento
em que a vida voa
ao vento leve da vida.
Somos apenas um lençol
Esvoaçado pelo vento
Leve ao vento
Leve no varal

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ENTRE SOMBRAS E ÁRVORES



Entre sombras e árvores antevejo a vida repleto de sol e chuva. Em todos os caminhos encontraremos espinhos e rosas. Sentiremos sede e anseios. Mas, no cansaço encontraremos o revigoramento da sombra de uma árvore, e ouviremos o cantar de pássaros com gratuidade.
A vida continuará enquanto é constante a esperança.
Não desvie seu rumo.
Seus sonhos valem a pena.



SINTA-SE LIVRE E SIGA
Ronaldo Araújo

Cuidado.
Você pode estar aqui
E se sentir perdidoComo uma gaivota num céu colorido
Cuidado.
Não dê nenhum passo com medo.
Nem tente voar se não se sentir livre
Voe com as asas dos seus sonhos

Você encontrará uma porta aberta
E conhecerá a liberdade.
E verá que não tem limites

Não se importe com os outros
Se disserem que você não vai conseguir.
Eles querem que você seja como todos.
E você é único.
E você é livre.

E você pode voar e ser diferente.

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ORDEMDESORDEM
Ronaldo Araújo

encanta-me a natureza anárquica
a flor que goza sozinha
o passarinho que canta alheio a todos.
creio que toda ordem é burra
como burros são os homens que a preservam.
encontro-me com a periferia
diamante sabedoria da humanidade

meu berço
meu sangue
meu grito

o ar que necessito é o meu subúrbio
festa de vidas inovadoras

as calçadas calcadas em suas criações
sem muros
sem preconceito
sem discriminação

provo da voz suave da criança
lembrando infância
reacendendo a liberdade
dos nossos quintais


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É tempo perdido tentar entender as pessoas e suas atitudes.

INDECIFRÁVEL
Ronaldo Araújo

não quero entender as pessoas
gente é para ser indecifrável

prefiro continuar obscuro
olhando o vazio vazio

quem pensa perde tempo
não cria

quase todos são mesquinhos
olham para si
como se fossem únicos

prefiro continuar alheio
aos sermões dos chatos
e aos discursos dos néscios

a corda é ingênua demais
para cortar seus pescoços.

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Também viajo pela música compondo e cantando quando encontro alguém que quer me ouvir.
Este poema foi musicado. Acho-o lindo como um dia a nascer e uma criança a sorrir.

MEUS PASSOS
Ronaldo Araújo

Nada como um dia a nascer
Ou um lindo sorriso de uma criança
É esperança de mudar
Fazer o novo começar
Eu não vou ficar aqui esperando
Preciso começar a minha história.

Não vou mais cruzar os braços
Não vou depender de ninguém
Eu vou comandar os meus passos
Eu quero fazer minha estrada.


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Para ver é preciso buscar.

RETICÊNCIAS

meu olhar é morto
quando incontido

impetuoso
quando excitado

minha vida é como reticências

para todos os lados
há saída

cada passo
cada norte
rompe cadeias do (in)imaginário


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Até a próxima.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

TRAGÉDIA DAS RUAS

É incrível como aumenta a cada dia a tragédia dos acidentes de trânsito.
Imperícia, imprudência, desinformação e despreparo levam motoristas e pedestres às catástrofes que vitimam a sociedade com um mal que deixa sequelas irreparáveis, quando não, fatais.
Todo mundo quer possuir e utilizar carros e motos cada vez mais possantes e velozes. Eu nem entendo porque se prega um discurso de que o motorista deve atender à sinalização de velocidade máxima de 80Km e o mercado oferece veiculos que chegam à velocidade de 180, 200 Km por hora. Que eu me lembre, nunca vi uma placa sinalizando que o motorista pode andar nessas velocidades nas estradas e ruas de nossas cidades. O mercado, preocupado com as vendas, fabrica e põe à venda carros e motos que são verdadeiras máquinas mortíferas. É um somatório de erros e enganos que incrementam a guerra do trânsito que só vendo. Sim, porque os departamentos de trânsito (detrans) também têm sua fatia de culpa ao liberar cartas de habilitação a pessoas totalmente despreparadas para conduzir um veículo. As autoescolas também pecam por não conseguirem preparar ninguém para o domínio da condução responsável. Como resultado temos acidentes violentíssimos, bárbaros, alguns com requinte de assasinato de inocentes em pleno trânsito. É o que se pode chamar de desrespeito a vida humana. Seria bom se pudéssemos, pelos menos reduzir o número de acidentes que ocorrem nas ruas de Palmas, uma das cidades que tem o trânsito mais violento do país. Mas, bom mesmo seria que conseguíssemos zerar o número de acidentes. Assim, não teríamos vítimas e, consequentemente, não teríamos famílias sofrendo por seus mutilados e mortos.
Por enquanto, aos pedestres, como minha pessoa que reluta em não me tornar mais um motorista medíocre, deixo um alerta para todos: salve-se quem puder. Procure sair ileso dessa guerra inútil.
Até a próxima.

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Sangue no Asfalto
Ronaldo Araújo

Era um domingo
como qualquer outro

Não
não era um domingo como outro qualquer
havia sangue no asfalto

carros amassados
gente triturada
gente desesperada

havia violência na estrada

era um domingo
diferente

mas, quase todos os domingos estão se tornando
normais.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

UM DIA MATO A GRAMÁTICA

Que vício é este que me aprisiona a escrever sempre atendendo à gramática que nunca aprendi?
Quisera ser livre deste maldito vício que me torna encarcerado em grilhões que não valem à pena.
Quero libertar minha poesia dessas regras retógradas.
Um dia, eu prometo, mato a GRAMÁTICA.


VIOLÊNCIA GRAMATICAL

Me deixe ser livre
Andorinha pelos ares
Inaugurando minha violência

Um dia mato a gramática.

Não, a gramática, não
a mania de usá-la degradando a idéia.

A poesia não cabe nas regras e nos dicionários.
Ela é o universo
Infinitamente infinita
Elo do belo com o cosmo.

Até que essa idéia de matar a gramática não é má.
É violência que me agrada
Como o aroma que a flor exala.

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INDECIFRÁVEL

não quero entender as pessoas
gente é para ser indecifrável
prefiro continuar obscuro
olhando o vazio vazio
quem pensa perde tempo
não cria
quase todos são mesquinhos
olham para si
como se fossem únicos
prefiro continuar alheio
aos sermões dos chatos
e aos discursos dos néscios
a corda é ingênua demais
para cortar meu pescoço

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RETICÊNCIAS

meu olhar é morto
quando incontido
impetuoso
quando excitado
minha vida é como reticências
para todos os lados
há saída
cada passo, cada norte
rompe cadeias do (in)imaginário
não quero cala boca
prefiro acordar meio mundo de parvos
adormecidos
minha boca é ávida
grítida
fálica
que se aborreçam os insensíveis
cegos
não quero calar minha consciência
o fio da navalha não corta
enquanto cega
calem-se os fracos
se podem recuar diante da torrente

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA: TODOS PRECISAM TER

Ninguém precisa ser ecologista de carteirinha e nem ser atuante como o pessoal do Greenpeace.
Todos devemos, no entanto, ter consciência de que nosso Planeta não pode e nem deve ser agredido continuamente, como fazemos com nossos atos irresponsáveis.
Precisamos proteger, conservar e preservar a vida em nosso habitat. Não podemos devastar o que temos de mais precioso que é a Natureza. Dela somos parte como cada espécie exisente na Terra.
Precisamos mudar nosso modo de olhar o mundo em que vivemos. Precisamos acordar para os riscos que corremos de destruir o Planeta e penalizar as novas gerações que estaremos colocando no mundo.
É uma questão de consciência. Não só de consciência, mas de mudanças de hábitos nocivos à Natureza.
Precisamos defender os princípios de reciprocidade para com todos os seres vivos que nos possibilitam viver, enquanto degradamos ambiente onde vivemos.

Ninguém é obrigado a empunhar bandeira de ecologista, mas cada pessoa civilizada precisa ter consciência de sua importância na defesa da vida do Planeta Terra.

Defender a vida é salvar a Terra.

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Um dia, qundo me avisaram que havia queimadas no cerrado, pus-me a escrever poemas que sofriam com a Natureza. E foi assim que nasceram estes poemas que seguem:

FLOR DE PEQUI

Descubro no açoite do vento
O deleite da noite nua.

E suave no silêncio manso
O doce perfume da flor de pequi.

Quando o alvorecer
Vislumbra a luz do porvir
Vejo no cerrado sublime
A beleza da flor de pequi.

E ouço o trissar do colibri
Em dança festiva nas flores
São meus amores
Tanto quanto a flor de pequi.

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PRESSÁGIO

Lá pras bandas do Água Fria
Tucanos, garças e rolinhas
Num alvoroço incomum
Avisavam
Que há fogo no cerrado.
A grama arde
As ártvores ardem
As flores, como canções calados
São estranguladas pela arrogância
Há fumaça sufocando
fogo matando
calor aumentando
ferida ferindo o cerrado.
É fogo
É maldade
É somente tristeza
No mais lindo semblante da natureza.
Lá pras bandas do Água Fria há lamento
Dos passarinhos
que ainda sonham com com homens decentes.

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TEMPORANEIDADE

Nem o fogo a tudo devora.
O tempo sim é senhor de tudo.
Tudo se esvai
tudo passa
tudo evapora.
Minha contemporaneidade está lacrada
com o que não guardei.
O tempo se dedica a mudar o mundo.
O tempo é cura de tudo.

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PALAVRAS ÍNTIMAS

Projeto em minhas retinas
O reflexo da água Azul do lago e o céu.

Faço silêncio dentro de mim.

Penso apenas.
Palavras íntimas transbordam.

lembro seus olhos
Que me transportam para a poesia.

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CAMINHO DO RIO

No meio do lago
Viaja um rio

Menino em seu leito
Caminha em silêncio

Embora cativo
Ele vai
Segue seu curso
Como as Iaras
As Boiúnas
Os Negros D’Água
Os botos.

O rio faz seu caminho
Pela alma dos viventes
E em seu leito eterno
Faz-se sobrevivente
Apesar da morte
inficada em paredões
de concreto criando barragens.

O rio continua ali
Correndo no seu leito.

As águas que se espalham
são as marcas da ganância do homem
que lucra com a violência.

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ILHA DE TUDO

Tudo nos rodeia
flores, pássaros, borboletas
vento, luz, sombra,
olhares calados,
gestos em balbucios,
gritos que estrondam,
paixão.

Tudo nos rodeia
o medo, o sonho, as lágrimas,
o silêncio e as palavras,
em revoada as manhãs.

Vivemos ladeados como uma ilha.
Coisas boas e más,
momentos que descortinam
tudo que se faz novo.

Tudo nos rodeia
a vida e a morte,
lampejo do agora.

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ESPERANÇA E ESPERA OU VICE E VERSA

O que temos a fazer diante de tantas necessidades e tantas limitações?
Esperar? Ou ter esperança?
O grande problema é que a maioria dos brasileiros vive de esperança. E que uma minúscula minoria vive roubando essas esperanças para continuar a ordem das coisas que está instalada desde a chegada dos colonizadores.
Mas, o que fazer em dias tão sem perspectivas?
Cruzar os braços e aceitar este estado de coisas?
Acreditar nos discursos tão sem nexo do governo petista que já perdeu o rumo do seu discurso?
Os dias correm.
O tempo passa e quase nada muda. E o pouco que muda só acontece depois de longa luta daqueles que acreditam que só lutando a sociedade pode melhorar.
É preciso que cada pessoa crie uma consciência de firmeza e perseverança para continuar lutando contra o ostracismo do governo tanto federal, como estadual e municipal.
Não se pode esperar de braços cruzados. A história tem mostrado que, no Brasil, cada conquista tem sido arrancada à força, em batalhas árduas, isto em todas as áreas, especialmente na cultura e na arte.
Por isso, é preciso alimentar a esperança com ideais coletivos, para que todos se sintam motivados a lutarem por eles.
Esperança, sim.
Esperar não.
Não podemos esperar que outros façam a história.
Precisamos fazer a nossa história, lutando por uma sociedade mais justa e mais digna. Para que a arte e o artista sejam, realmente, respeitados e valorizados.
Um povo que se valoriza tem a arte e a cultura como prioridade.

domingo, 4 de janeiro de 2009

QUANTO CUSTA UM SORRISO

SUPONHO

a realidade é luz e sombra
pedaços de vidro
obra de arte

a vida, suponho,
é magia,
lúcidos momentos
neste ir e vir
por entre frestas e sombras
e cores, cidades e campos



Nunca analisei quanto custa um sorriso.
Acredito que custa muito, pois, as pessoas economizam muito, guardando seus sorrisos para dá-los, sei lá, talvez depois da morte.
Entretanto, sorrir faz bem às almas de quem os dá e de quem os recebe.
Um sorriso diz muito. Revela muito. Por isso, talvez as pessoas, inconscientemente, prefiram não sorrir. Sorrir é uma arte. Parte de nossa essência humana. Sorrir é nascimento. É como rebentar amarras. Sorrir é o ápice da razão. Por isso, considero um sorriso uma canção.

CANTAR
Ronaldo Araújo

Sorrir cativa
a alma sensível enlaça
como a flor na relva.

Quem canta cativa

Quem sorrir ativa
e os olhos certamente buscam
a beleza da fantasia.

inexorável poder
como o bailar do rouxinol
em busca do amor das flores.

assim emana do espírito
os sonhos
parte da vida
de quem tem carisma
para cativar.

Ainda sobre o sorriso:

SORRISO É ARTE


Um sorriso não é alheio
sobretudo quando íntimo

torna-se alma
centelha das entranhas
consistência da ficção

e contamina
irradia
eleva
domina

todavia, há um aparte:
para ser casto
há que ser potente
porque
sorriso é pura arte

ESSÊNCIA NA PELE

Inicio hoje uma trajetória rumo ao verso e ao inverso.

Espero expressar o que nasce e morre em minha alma para poder causar frêmitos naqueles que me visitarem neste túmulo chamado vida.



Exponho neste espaço minhas entrelinhas, meus sonhos, minhas críticas e meus regozijos.

Não tenho nenhuma pretensão. Desejo apenas confirmar que existo.


ESSÊNCIA NA PELE

vento na pele
frio na pele
medo na pele
vergonha na pele

na essência
a vida
faz sentido
temor não faz

fome na pele
carência na pele
saudade na pele
tristeza na pele

na alma
tudo faz sentido
vale a pena o amor
mesmo que não correspondido.


Minha Herança

Sou herdeiro de uma ânsia: o canto.
Tenho como essência a arte de amar a arte.